Vida Prática

A ROTINA DE UM HOSPITAL E A MENSAGEM DE ESPERANÇA

Meu nome é Valéria Lúcia, tenho 55 anos, sou evangélica desde os 8 anos de idade e médica há 32 anos. Sou especializada em cirurgia geral. Resolvi fazer medicina pouco tempo antes de me inscrever no vestibular. Acredito ter sido Deus tocando meu coração para que eu fosse instrumento dele para salvar vidas. Eu queria ajudar o próximo e essa seria uma boa forma. Até hoje sinto que foi uma escolha acertada.

Desde do início da minha carreira, trabalho em um hospital público do Estado do Rio Grande do Norte, onde são atendidas urgências e emergências e cujos pacientes são, em sua maioria, pessoas carentes. Também atendemos vítimas de violência; portanto, algumas são marginalizadas.

Quando os pacientes chegam a um hospital estão fragilizados pela doença, assustados, inquietos. Eles não sabem que doença os está acometendo, se é grave, se tem cura ou qual será o tratamento. Outros são vítimas de ferimentos por arma de fogo ou arma branca, e chegam entre a vida e a morte, ou seja, mais temerosos ainda.  Quando dizemos que o tratamento é cirúrgico, ficam mais apreensivos. Algumas vezes já tiveram experiências anteriores não muito agradáveis. Então, chegam desconfiados e até agressivos.

Para diminuir esse temor, procuro esclarecer quais exames serão necessários, o tratamento que será realizado, se precisa internar, operar, enfim. Nessa hora, acredito que ser cristã ajuda-me a colocar a mim mesma no lugar do paciente, entender sua angústia, seu temor, sua insegurança e procurar acalmá-lo, explicar a necessidade dos procedimentos, tentar passar segurança, tranquilidade e esperança.

No meu local de trabalho, sempre há grupos de evangélicos que vêm conversar e orar pelos pacientes, tanto no pronto socorro como nas enfermarias. Isso ajuda bastante. Dá mais ânimo a eles.  No momento, esses trabalhos estão suspensos por causa da pandemia.

Nesse momento atual, desde que iniciou a pandemia da Covid-19, as pessoas ficaram ainda mais amedrontadas, temerosas, ansiosas, deprimidas. Isso está acontecendo não só com os pacientes, mas também com os profissionais de saúde. É uma situação nova, de proporções gigantescas, acometendo todos os países, requerendo isolamento social e matando milhares de pessoas em tão pouco tempo. Diante de tudo isso, os enfermos ficam com mais receio de ir a um hospital e se contaminarem.  Só vão quando não suportam mais.

Mais do que nunca, precisamos demonstrar para todos a nossa total confiança no Senhor Jesus Cristo, permanecendo calmos e corajosos, e assim tentar tranquilizar as outras pessoas da equipe e os pacientes, continuando a levar uma mensagem de esperança.


Valéria Lúcia Seabra Gomes da Costa
Membro da 1ª IPI de Natal, RN
Médica Cirurgiã no Hospital Dr. José Pedro Bezerra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O ESTANDARTE