Artigo Teológico

A coragem de mães que encorajam

Desde a Antiguidade, as mães são homenageadas em diversas datas e lugares, porém, somente no início do século XX, em 1914, a data do segundo domingo de maio foi oficializada como “Dia das Mães” pelo congresso e pelo presidente Woodrow Wilson, nos Estados Unidos e em diferentes países.

Na década de 1850, a ativista Ann Maria Reeves Jarvis trabalhou corajosa e diligentemente para que a população do Estado da Virgínia, nos EUA, se conscientizasse da necessidade de se manter boas condições sanitárias para a saúde e, assim, diminuir a mortalidade infantil, além de propor melhores condições para os soldados que lutaram na Guerra Civil dos Estados Unidos, em meados do século XIX.

A coragem de Ann Jarvis inspirou sua filha Anne Jarvis que, após a morte da mãe em 9 de maio de 1905, propôs a criação de um memorial, o que se deu em maio de 1907, para lembrar a importância das ações organizadas por Ann em favor das crianças das famílias trabalhadoras e dos feridos na guerra.

A oficialização da data como feriado tornou-se um ato político e de crescente comercialização, o que levou Anne a reconsiderar a necessidade de tal data.

No Brasil, a primeira comemoração ocorreu em 1918, mas somente em 1932 tornou-se oficial o “Dia das Mães” no segundo domingo de maio, após decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas.

Não há dúvida de que o Dia das Mães se tornou importante para a sociedade de consumo que tem na relação de carinho entre mães e filhos motivo para incrementar a venda de produtos a serem presenteados.

As ações sociais de Ann encorajaram a filha Anne a selecionar um dia no ano para trazer à memória a ousadia e o amor da sua mãe demonstrado na criação de clubes de mães para cuidarem dos filhos de famílias doentes e necessitadas.

Mães encorajadas pelo Espírito Santo

Mesmo com limitações, com sonhos adiados ou interrompidos ou com planos de vida reelaborados, as mães cristãs são encorajadas pelo Espírito Santo para enfrentarem as dores, as aflições e os obstáculos da vida, e são motivadas a se tornarem exemplo para os filhos, ainda que, em determinados momentos da existência, as fragilidades, as dúvidas ou os equívocos possam estar presentes.  

Considerada bem-aventurada, Maria sabia (Lc 1.48), desde a notícia da concepção, que passaria por um período muito difícil.

A alegria de gerar o Filho de Deus não a isentava da incompreensão, da desconfiança e da dúvida dos que a conheciam, mas ela confiava que o Espírito de Deus estava com ela.

Por isso, fugiu com José para o Egito para proteger o menino Jesus da perseguição de Herodes; orientou e caminhou com seu filho na Galileia; acompanhou a crucificação, a ressurreição e a ascensão de Jesus.

Maria permaneceu perseverante em oração (At 1.14) e, com a esperança renovada pelo Espírito Santo, continuou a encorajar outras pessoas com sua fé e história de vida.

A coragem também esteve com Eunice, ainda que mencionada brevemente na 2ª Carta a Timóteo (2 Tm 1.5). Ela aparece como a mãe que ensinou ao filho os princípios da fé cristã.

Na vida de Timóteo, companheiro do apóstolo Paulo nas viagens missionária, foi reconhecida a fé sem fingimento que habitou na mãe e na avó Loide.

A mãe que corajosamente compartilhou o amor a Deus e a fé sincera em Jesus como salvador encorajou o filho Timóteo à evangelização e à liderança das igrejas que foram plantadas em diversas cidades.  Eunice e Loide encorajaram Timóteo a conhecer e a prosseguir conhecendo a Deus e, com ousadia, compromisso e amor, a continuar na missão dada por Jesus.

Ann Jarvis, mãe de Anne Jarvis; Maria, mãe de Jesus, e Eunice, mãe de Timóteo, representam as mães de todos os tempos e lugares que tiveram suas vidas encorajadas pelo Espírito Santo.

Assim como elas, que as mães continuem a agir com persistência, coragem e fé no testemunho dos valores do Reino de Deus e encorajem, com suas orações e ações, os filhos a permanecerem firmes na proclamação do evangelho e em práticas corajosas que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica.

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