O HINO “DA LINDA PÁTRIA” (CTP,159)
O texto da canção evangélica ora comentado dá ideia de distância enorme de alguém como a família ou de outro bem precioso que se almeja alcançar, ainda que tenha de empreender longa e penosa jornada.
Daí porque foi produzido com expressões nostálgicas. Trata-se de uma das mais belas, apreciadas e comentadas histórias de hinos e seus autores.
Tem, consequentemente, uma pedagogia espiritual edificante, ao apontar para a vida eterna, a Jerusalém celestial, morada pela qual tanto suspiram os crentes em Jesus Cristo.
O texto original da canção mistura o dialeto dos escravos africanos e o inglês falado nos Estados Unidos.
Muitos têm afirmado que essa canção é ofensiva e racista, pelo facto de haver sido elaborada com palavras de dialeto utilizado pelos escravos, como se fosse um negro cantando com saudades da sua família, que havia sido deixada na velha plantação.
Seja como for, todo o texto foi produzido por Justus Henry Nelson, missionário metodista, que se encontrava longe do lar, em terra estranha, com saudades da família.
Este facto impressionou-o para que se lembrasse de uma música folclórica.
Após isso, fez a adaptação necessária da melodia rural.
Justus Henry Nelson nasceu em 1849, no Estado de Wisconsin, EUA.
Trabalhou aproximadamente 45 anos na Amazônia para o Senhor, em missão num cenário inóspito.
Foi redator, escritor e elaborou artigos polêmicos.
A ousadia dele provocou hostilidades e perseguições.
Preso em 1892, ficou detido três meses e meio.
Preparou-se para o trabalho missionário na Faculdade de Lawrence no seu Estado e na Faculdade de Teologia da Universidade de Boston.
Também trabalhou como enfermeiro e dentista para acudir ao povo.
Por fim, é necessário relembrar a importância histórica, espiritual e comovente do hino ora focalizado, de tal maneira que as igrejas voltem a entoar o “Da Linda Pátria Estou Bem Longe”.
Vale a pena!
Rev. Caleb Soares
Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) e historiador