O QUE DEIXAREMOS ÀS PRÓXIMAS GERAÇÕES?
O individualismo exacerbado cultivado por nossa geração pouco nos permite pensar no fenômeno do “legado”. Legado é aquilo que se transmite às gerações seguintes. É aquilo que é passado aos outros. Aquilo pelo qual as pessoas se lembram de nós. Nosso legado pode ser algo positivo ou negativo, porém jamais ignorado.
Você já pensou no legado que deixará àqueles que viverão nesta terra depois de se cumprirem seus dias por aqui? Já ponderou sobre as implicações de sua herança histórica sobre a vida de seus amigos, fi lhos, netos, e, ainda, sobre aqueles que estão bem distantes de sua linha do tempo?
Como cristãos, o legado mais valioso que podemos deixar às gerações vindouras é um legado espiritual: o legado da fé em Cristo. Embora cada indivíduo venha a dar conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12), há coisas que podemos fazer para criar uma atmosfera em que a fé possa prosperar. Quando mostramos consistentemente o valor e a relevância da fé em Cristo, construímos um legado que não pode facilmente ser deixado de lado.
Deus sabe a necessidade de uma geração passar a “tocha da fé” a seus sucessores. Prova disso, é que Ele apresentou um plano suficientemente claro para nós em sua Palavra. Quando os filhos de Israel estavam prontos para entrar na terra prometida, Deus – através de Moisés – lhes disse o quão vital seria não apenas modelar a fé para seus filhos, mas também ensinar-lhes propositalmente a Palavra de Deus (Dt 6.1-9). Conhecer e obedecer a Deus os manteria bem no centro de sua vontade e bênção.
Diante do exposto, que tal promovermos, sem demora, o conhecimento e a obediência a Deus na vida de nossos filhos e das gerações vindouras? Aqui estão quatro princípios elencados em Deuteronômio 6, o famoso “Shemá, Israel” – uma das mais importantes declarações de fé do povo judeu, para nos ajudar a fazer exatamente isso!
Comecemos conosco mesmos
A melhor maneira de provar aos seus filhos o valor e a relevância da fé em Cristo é ser uma demonstração viva dessa verdade. Se compartimentalizarmos a nossa fé ou permitirmos que nossas prioridades cristãs saiam do controle, eles aprenderão que Cristo realmente não é tão importante.
Mas, se tornarmos Cristo central em nossa vida, se promovermos diligentemente nossa relação com Ele e inserirmos a Palavra de Deus como medida para todas as coisas, eles aprenderão que a vida é toda sobre Jesus. Não tenhamos medo de viver a fé na frente de nossos filhos. Cultivemos uma fé real, autêntica e relevante.
Ofereçamos-lhes a Palavra de Deus
Em uma pesquisa recente, 24% dos adultos de 18 a 29 anos disseram que eram “céticos” a respeito da Bíblia. Podemos refrear essa tendência crescente ensinando nossos filhos a conhecer e a amar a Palavra de Deus. Devemos ser intencionais nesta tarefa. Não podemos deixá-la apenas para a igreja. Façamos um plano de estudo bíblico familiar, leiamos histórias bíblicas para as crianças na hora de dormir, ouçamos música cristã de qualidade, etc. Ofereçamos à família a verdade de Deus em todo o tempo! E, “enquanto caminhamos pela estrada”, vejamos o resplendor da Palavra de Deus brilhar em todas as circunstâncias diárias da vida.
Revisitemos a memória de fé de nossa família
Compartilhemos as histórias que contam a atividade milagrosa de Deus ao nosso redor e de sua fidelidade para conosco. Sejamos diligentes em alinhavá-las no tecido de nossa história familiar. Não permitamos que nós ou nossos filhos se esqueçam da presença de Deus a conduzir cada passo da construção histórica familiar.
Permaneçamos firmes em tempos instáveis
As provas não apenas elaboram nossa experiência de fé, como também podem provar sua eficácia. Ao estabelecermos a verdade da Palavra de Deus como base integral para a vida, quando a dificuldade vier, teremos reunido elementos sufi cientes para permanecermos firmes em qualquer circunstância. Uma fé inabalável em tempos de instabilidade é um dos testemunhos mais poderosos que podemos deixar às próximas gerações.
Enfim, quão valioso será o seu legado? Você vai deixar alguma coisa que tenha relevância e benefício para esta vida e eternidade? Mesmo que não tenhamos bens materiais para deixar a nossos filhos, certamente temos a oportunidade de incutir traços de caráter, talentos, habilidades e, sobretudo, uma rica herança de fé a ser perpetuada por nossas gerações “até que Ele venha”!
Rev. Paulo Eduardo Cesquim
Pastor da 1ª IPI de Osasco, SP,
Membro da Diretoria da Fundação Eduardo Carlos Pereira (FECP)