OS RUMOS DA PRÓXIMA GERAÇÃO
Muitos desafios envolvem o cuidado da nova geração, sobretudo os adolescentes. Nós da GTI temos orado, pensado e planejado como responder aos desafios dessa geração.
Temos percebido que, nos últimos anos, os ministérios locais deram passos. As igrejas, de modo geral, têm tentado desenvolver ministério geracionais.
É claro que isso ainda é mais efetivo no segmento das crianças praticamente em todos os contextos.
Entretanto, à medida em que as crianças vão migrando de fase, percebemos que muitas delas estão “sumindo”. Algumas migrando para comunidades maiores; outras se perdendo e algumas poucas vão permanecendo.
Como igreja nacional de modo geral, precisamos nos unir para o cuidado e a evangelização de adolescentes e jovens, pois, se não fizermos isso, poderemos sacrificar as próximas gerações que vão continuar sofrendo pela falta de referência e de identificação.
Como secretaria nacional de adolescente, temos conversado constantemente para discernir o papel da GTI nesse processo de cuidado geracional.
Cremos que podemos apontar um caminho para a denominação no que tange à comunicação com essa geração.
Somos uma igreja com tradição e muitas vezes o tradicionalismo imobiliza formas como questões quase sagradas.
Compreendemos que a forma é mutável, mas a essência do evangelho não.
Um exemplo claro entre forma e essência são os meios de comunicação. O Novo Testamento é formado por diversas cartas. Carta era a forma pela qual o evangelho era registrado e transmitido. Não há nada sagrado na carta enquanto meio de comunicação. Entretanto, sua essência, o conteúdo do evangelho, sim, era e é sagrado. E, sendo preservado o conteúdo, a forma pode ser mudada.
Hoje em dia, se investe na evangelização através de audiobooks. Trechos do evangelho são gravados em áudio e anunciados em diversos dialetos, porque a essência está na mensagem e não na forma.
Nesses dois meses de trabalho com a GTI, além desses contatos e reuniões dentro da secretaria, começamos a conhecer a liderança espalhada pelo país.
Como mencionado anteriormente, vai se tornando claro que as igrejas locais têm avançado no cuidado geracional e boa parte já possui hoje alguma expressão de trabalho com adolescente.
Entretanto, uma preocupação observada tem sido a falta do trabalho organizado em nível presbiterial.
Isso é um problema quando pensamos nas igrejas que são pequenas e possuem poucos recursos para os trabalhos geracionais e também quando essas comunidades passam a não ter mais esse público.
Poucos presbitérios hoje possuem uma organização intencional e efetiva da GTI. Destaco aqui a GTI Fluminense que tem desenvolvido um trabalho modelo na sua região.
A GTI tem se estruturado em três eixos principais: liderança de topo (pastores e presbíteros); liderança de base (líderes locais de adolescentes); e eixo online (redes sociais).
Em se tratando do eixo liderança de topo, nosso maior desafio, em função do tempo em que vivemos e dos desafios da pandemia, sabemos que não será tarefa simples encontrar espaço na agenda para encontros com pastores e presbíteros, mas temos orado ao Senhor por essa oportunidade.
Nas próximas semanas, enviaremos um formulário do google que tem como objetivo reunir informações que nos levem a ter uma visão geral do segmento teen da nossa denominação, quais são as igrejas que têm trabalho com adolescentes, quantos são em média esses adolescentes, que presbitério representam e qual sua maior necessidade. Esperamos confiantes que os pastores locais forneçam essas informações para o avanço dos trabalhos.
Precisamos estar mais próximos, ouvir efetivamente os pastores e conversar sobre o pastoreio e a evangelização da nova geração.
No eixo liderança de base, estamos começando contatos com os líderes por meio de reuniões on-line. No último dia 10 de maio, estivemos reunidos com líderes e pastores. Tivemos os estados São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná representados. Foi um tempo rico de troca e compartilhamento. Falamos dos desafios e oramos juntos. Foi muito especial. Em breve, teremos outra agenda.
Uma grande preocupação é com o problema do distanciamento social. Alguns dos nossos adolescentes não estão tendo contato mais com a igreja em função de não terem acesso à internet, em função da crise financeira. Muitos não têm crédito nos seus celulares e outros compartilham aparelhos que são dos seus pais e nem sempre estão disponíveis nos momentos dos encontros online.
Por fim, no eixo online, estabelecemos uma agenda de postagens no Instagram, com devocionais e vídeos curtos.
Outras ações estão sendo organizadas e planejadas como lives e congressos online e a elaboração de um podcast.
“Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns” (1Co 9.22).
Fica esse desafio para todos nós: tornarmo-nos adolescentes para com os adolescentes para de alguma forma salvar alguns.
Rev. Filipe Kido
Pastor auxiliar da 1ª IPI de Maringá, PR
Coordenador Nacional dos Adolescentes (GTI)
contato: gti@ipib.org