A VIDA COMO ELA É
Muitas pessoas se perguntam sobre qual é o sentido da vida, dizendo: Por que estamos aqui? Será que a minha vida tem objetivo? A vida nos revela uma forma totalmente diferente do que queremos para nós. Ela nunca nos satisfaz plenamente. Vivemos de uma maneira em que sempre estamos sentindo falta de algo. Há uma insatisfação generalizada em nossa forma de viver. Muitos desejariam ter nascido em outro lar.
Sempre sentimos que falta algo em nossa vida para sermos completamente felizes. Desejamos sempre o que é do outro, como o seu trabalho, o seu salário. A vida é cheia de altos e baixos. Vivemos administrando contas, dívidas, casa, igreja, trabalho e, quando achamos que estamos bem, logo surge um problema que nos tira a paz: um filho com comportamento inadequado, um problema na igreja ou até mesmo uma doença. Algo que poderia ser resolvido facilmente acaba tirando o nosso sono e a nossa paz.
Essa é a vida que pedimos a Deus: trabalho, família, igreja. E, no fim das contas, tudo isso acaba nos dando muito trabalho para ser mantido de forma harmoniosa, a ponto de vivermos em paz. Mas o fato é que quase nunca isso acontece e a realidade acaba sendo outra.
A Bíblia mostra que o objetivo da nossa vida é desenvolver uma amizade com Deus. Quando estamos no ventre de nossa mãe, poderíamos dizer que desfrutamos desta amizade com Deus e sentimos um pouco do que é céu. Ali não sentimos fome, não sentimos frio, não sentimos sede, não sentimos medo. Ali é céu: “Para mim mui longe estava o céu, mas, quando Cristo me valeu, feliz senti meu coração entrar no céu da retidão!”.
Então, o Senhor abre os nossos olhos e, examinando o nosso passado, vemos o quanto Deus esteve e está do nosso lado e que já desfrutamos deste céu. “Depois que Cristo me salvou, em céu o mundo se tornou; até no meio do sofrer, é céu a Cristo conhecer!” Até em meio a tantas desigualdades, em meio a tanta fome, em meio a tanto sofrimento, em meio a tantas crianças abandonadas, em meio a tantas doenças, em meio a tanta corrupção dentro e fora de nossas igrejas, em meio à morte, em meio a tantas drogas, em meio a políticos que exploram o povo, em meio a tantas desgraças: “Oh! Aleluia, sim é céu, fruir perdão que concedeu; em terra ou mar, seja onde for, é céu andar com o Senhor!”.
Que valor tem a vida? Talvez o valor de uma casa, que é facilmente roubada; talvez o de um carro ou de uma moto, de uma bicicleta, de um celular, de um tênis. Talvez a vida não valha nada nas mãos de um jovem, de uma criança com um revólver em suas mãos que, sem qualquer ressentimento ou sentimento, tira a vida de um filho, de uma filha, de um pai, de uma mãe. Vidas ceifadas pela falta de educação, de saúde, de segurança pela falta de uma política de distribuição de renda, pela falta de esperança ou esperança na vida.
Como vamos frutificar diante de tantos problemas sociais e de violência? O que vamos fazer? Esta é a vida como ela é. Creio que o cristão verdadeiro, que vive e, portanto, compreende a sua fé como um dom, que abraça a verdade revelada e encara a vida como o sumo bem que possui em suas mãos, tenta naturalmente evangelizar, por entender que estamos predestinados à salvação e que devemos compartilhar a fé em Cristo Jesus em obediência ao mandamento do Senhor: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo” (At 1.8).
Então, todos nós, povo de Deus, devemos buscar anunciar o evangelho com palavras e testemunho em meio a tanta violência, mentiras, desigualdades, pois “nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”(Jo 13.35). Mas sem perder de vista a conversão e a transformação diante da violência e da destruição.
Presb. Odair Martins
IPI do Ipanema, Fernandópolis, SP