DE TODAS AS TRIBOS, POVOS E RAÇAS
A coragem do relacionamento entre igrejas
A narrativa bíblica estabelece uma imagem arrebatadora no livro do Apocalipse: “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestes brancas, com ramos de palmeira nas mãos. E clamavam com voz forte, dizendo: Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.9-10).
Quero que você imagine essa grande multidão, de diferentes culturas, formas de falar, pensar e se expressar. A visão das pessoas ao redor do trono de Deus evidencia uma verdade incrível: a comunhão cristã, não é a celebração dos iguais, mas a celebração dos diferentes. Em nossas diferenças, o que conta é o que nos une!
O que nos divide: nações, tribos, povos e línguas;
O que nos une: estão diante do Cordeiro que está no trono.
Diante de Jesus, as nossas diferenças se tornam insignificantes.
Já em 1552, Calvino escreveu uma carta a Thomas Cranmer, afirmando que a divisão da igreja deveria ser classificada entre os principais males do seu tempo.
Desenvolver um diálogo com outras igrejas cristãs é uma forma de manifestarmos a fé no Cordeiro de Deus que une os diferentes.
O que nos separa é resultado da ação do pecado em nosso mundo: não conseguimos compreender as razões dos outros – rapidamente julgamos e excluímos. Rompemos relações históricas com aqueles que não pensam como nós, valorizando mais as diferenças do que a unidade. Com isso, menosprezamos a atuação sobrenatural do Espírito Santo.
A multidão relatada em Apocalipse 7 é composta por pessoas que tiveram as suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro. Não foi delas a decisão delas lavar as suas vestes. Elas foram alcançadas pela graça de Deus.
As transformações que acontecem na vida dos salvos são o resultado de uma vida guiada pelo Espírito Santo. Só pode ser santo quem, antes, foi santificado por aquele que é santo.
Um aspecto muito importante no diálogo entre as igrejas deve estar, primeiramente, naquilo que nos une. Quando enfatizamos a nossa unidade na fé em Jesus e a nossa herança comum reformada, valorizamos o Cordeiro que está sentado no trono.
A partir de Jesus, e somente a partir dele, é que podemos lidar com as nossas diferenças. Para que haja o diálogo, é necessário que haja a escuta. E, antes de ouvirmos as nossas diferenças, devemos ouvir a Jesus!
Em outras palavras, naquilo que não pensamos de maneira igual, o que temos registrado nas palavras de Jesus? De que maneira Jesus tratou os temas que causam divisões em nosso meio? Que recomendações ele nos deixou registrado para lidarmos com o que nos divide?
Somente após ouvirmos o que Jesus nos deixou registrado é que poderemos efetivamente ouvir os nossos irmãos de outras igrejas, em suas diferentes formas de compreender e lidar com as complexas situações da vida e da fé.
Cremos na divina inspiração das Escrituras. Mais do que o texto, os escritores é que foram inspirados pelo Espírito Santo.
Entretanto, as palavras de Jesus são incomparavelmente maiores do que as palavras de Paulo, Pedro, Mateus, Marcos, Lucas ou João. Eles seguiam a Cristo, mas não eram o Cristo.
Quero que você imagine essa grande multidão, de diferentes culturas, formas de falar, pensar e se expressar. A visão das pessoas ao redor do trono de Deus evidencia uma verdade incrível: a comunhão cristã, não é a celebração dos iguais, mas a celebração dos diferentes.
Em nossas diferenças, o que conta é o que nos une!
Rev. Eugênio Anunciação
Pastor da IPI de Mogi das Cruzes, SP
Ministro da Comunicação da IPIB