Revitalização

PRIMEIRO O PRIMEIRO!

Desde a década de 60 do século passado, as igrejas de tradição histórica têm sofrido a evasão de membros e a queda na arrecadação.

Por isso, um aspecto a ser considerado ao tratar deste tema é o emocional, pois ele imporá uma demanda à liderança. Deste modo, haveremos de tomar lado e decidir, parafraseando o texto bíblico sobre os 12 espias de Israel, ficando ou com os 10 temerosos ou nos juntar a Josué e Calebe com uma visão esperançosa e pró-ativa.

O assunto da revitalização está na ‘ordem do dia’. É um clamor geral. A realidade mostra que, nos próximos anos, centenas de igrejas locais terão que enfrentar a encruzilhada entre fecharem suas portas ou aceitar a dor da mudança. O fato é que, enquanto a dor de permanecer o mesmo não for maior do que a dor da mudança, nada muda!

À liderança das igrejas se apresentam as seguintes questões: Como tomar decisões que ajudem a colocar as igrejas num caminho de saúde e crescimento sustentável? Como recuperar a paixão pelas coisas de Deus e pelo próprio Deus e sua missão no mundo?

 Alguém já disse no passado: para uma igreja enferma, uma dieta missionária!

Primeiro o primeiro

No artigo 1º da Constituição da nossa igreja, lemos: “A IPIB é um ramo do Cristianismo, que se governa, sustenta e propaga por si mesmo”.

O autogoverno, o autossustento e a auto propagação são conceitos que têm uma história. É o chamado Plano Nevius.John Livingstone Nevius (4/3/1829 – 19/10/1893) foi, durante 40 anos, um missionário protestante americano pioneiro na China, nomeado pela Missão Presbiteriana Americana.

Suas ideias missionárias também foram muito importantes na expansão da igreja na Coreia. Ele escreveu vários livros sobre os temas das religiões chinesas, costumes e vida social e trabalho missionário.

Os princípios missionários formulados por Nevius foram um desenvolvimento das ideias existentes de Henry Venn e Rufus Anderson. Quando os presbiterianos americanos começaram seu trabalho na Coreia, os novos missionários convidaram Nevius para aconselhá-los. Adotando seu método, a missão coreana teve grande sucesso, embora não tenha ganhado popularidade semelhante na China.

O Plano Nevius delineou o seguinte:

Os cristãos devem continuar a viver em seus bairros e exercer suas ocupações, sendo autossuficientes e testemunhando para seus colegas de trabalho e vizinhos;

As missões devem apenas desenvolver programas e instituições que a igreja nacional deseje e possa apoiar;

As igrejas nacionais devem convocar e apoiar seus próprios pastores;

Os templos devem ser construídos no estilo nativo, com dinheiro e materiais dados pelos membros da igreja.

Intensiva instrução bíblica e doutrinária deve ser fornecida aos líderes da igreja todos os anos.

Ao longo do tempo, temos organizado igrejas sem considerar seriamente o chamado ‘three-self’. Liderança, compromisso financeiro e foco missional precisam ser muito bem elaborados e organizados antes da organização de uma igreja.

Um plano cooperativo nas finanças para apoiar a nova igreja é possível dentro do etos presbiteriano de governo federativo e cooperativo. Mas liderança e fervor evangelístico não se tem como importar. É preciso gerar dentro da comunidade nascente.

Um olhar mais acurado e uma observância mais cuidadosa a este artigo poderiam ajudar muito na revitalização de igrejas e da IPIB. Que a partir dele nos inspiremos para encontrar caminhos práticos de como auxiliar nossas igrejas para um crescimento saudável e uma renovada paixão por Cristo e Sua Igreja.

Uma agenda básica já está estabelecida no 1º artigo da Constituição da IPIB e nele o autogoverno é o ponto de partida na revitalização!

Rev. Mário Sérgio Góis
Secretário Pastoral da IPI do Brasil
sec.pastoral@ipib.org

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