O MUNDO E O REINO – novembro/2020
“Comecei a redigir O Mundo e o Reino – Notícias, em O Estandarte em abril de 2010. Leio o noticiário a cada dia e seleciono o que pode interessar para a próxima edição. Em meio ao contraditório dos seres humanos, procuro aquilo que evidencie os sinais do reinado do Senhor Jesus, que penetra a história humana, a nossa vida e a vida da igreja. Nessa busca que foge das sombras em direção à luz, curto o que está voltado para um novo dia com mais igualdade, amor e solidariedade, que abale as nossas pretensões e desvios sem deixar morrer a esperança”. (Rev. Eduardo Galasso Faria, Pastor Jubilado e Professor da Faculdade de Teologia de São Paulo da IPI do Brasil (FATIPI)
UNIÃO EUROPEIA: ORGANISMOS INTERCEDEM EM FAVOR DOS MIGRANTES
Às vésperas de um novo e difícil acordo pela União Europeia sobre asilo e migração, 14 organismos ecumênicos entregaram, no dia 25 de setembro, em Bruxelas, documento em que advogam uma recepção mais digna, proteção e cuidado às pessoas em movimento, que deixam seus países de origem por causas várias, como guerra, conflitos internos, perseguições e fome.
A situação desses povos sofridos se agravou profundamente com o incêndio na Ilha de Lesbos, na Grécia, em setembro, quando ficaram desalojados 13 mil deles e a União Europeia se recusou a assumir a sua proteção.
JESUS FOI UM MIGRANTE
Por outro lado, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) , a Conferência das Igrejas Europeias e o Comissão de Igrejas para Migrantes na Europa atuaram para interceder em seu favor.
Foi lembrado por esse movimento solidário conjunto “que a migração é parte integrante da história e da Experiência humana, e que Jesus também foi um migrante, quando sua família se refugiou no Egito ao fugir do rei Herodes que queria matá-lo”.
E finaliza: “Cremos que nossa vocação como cristãos e igrejas nos obriga a acolher o estrangeiro como resposta a Jesus. Ao reconhecer Cristo no rosto do estrangeiro, o encontro com eles se converte em bênção e nós nos fazemos humanos juntos”, proclamam os organismos ecumênicos.
Fonte: IHU, 2/10/2020 – Edelberto Behs
MIGRANTES E NÓS
Embora distantes dos países europeus, nos últimos tempos, temos de alguma forma ouvido a respeito do sofrimento dos irmãos sofridos da América Latina que batem à nossa porta, vindos principalmente da Venezuela em busca de trabalho e sustento.
Além de orar por eles – que é muito importante! – temos de tentar descobrir alguma forma de socorrê-los também!
ELEIÇÕES: EVANGÉLICOS CONTRA O FASCISMO, PELA DIVERSIDADE!
Embora os evangélicos em nosso país sejam de maneira geral considerados como uma corrente de pensamento mais ou menos uniforme, as diferenças estão aí e não deixam de ser polêmicas.
Existem grupos evangélicos progressistas que se afirmam contra o fascismo, pela diversidade, em oposição a um certo fundamentalismo religioso.
Em Belo Horizonte, por exemplo, evangélicos que não se sentem contemplados pela Bancada da Bíblia no Congresso Nacional discutem e se organizam para “ressignificar a ideia de como a religião se manifesta nas esferas de poder”, opondo-se à “mistura de militarismo, religiosidade e política, como sendo nefasta para o país.”
São contra a isenção de impostos defendida pela Frente Parlamentar Evangélica no Congresso e que foi vetada pelo presidente da república, embora a contragosto. Para eles, em meio aos milhões de brasileiros prejudicados em seu sustento com a pandemia, perdoar um bilhão de reais das igrejas é algo injusto.
Fonte: IHU, 21/10/2020
PAPA FRANCISCO: SOMOS TODOS IRMÃOS (“FRATELLI TUTTI”)
Embora os evangélicos em nosso país sejam de maneira geral considerados como uma corrente de pensamento mais ou menos uniforme, as diferenças estão aí e não deixam de ser polêmicas.
A nova encíclica do Papa Francisco, inspirada em Francisco de Assis e distribuída na Praça São Pedro, em Roma, em 5/10/2020, trata dos sinais dos tempos e se junta às celebrações litúrgicas referentes ao tempo da criação como “o único caminho para o desenvolvimento integral e a paz” em nosso mundo.
Sobre o seu conteúdo são muitas as referências.
Para o filósofo italiano Massimo Cacciari, trata das tragédias vividas em nosso século. Elas não têm a ver com castigo divino ou revolta da natureza, mas com os desastres provocados no meio ambiente pelo próprio ser humano, “aprofundando as diferenças sociais que nos separam”.
Para ele, “o discurso de Bergoglio é um grande apelo à fraternidade que, sabemos, infelizmente não será ouvido”.
Para o papa, nessa situação, a parábola do Bom Samaritano indica que “incluir ou excluir os feridos à beira da estrada pode servir de critério para julgar todos os projetos econômicos, políticos, sociais e religiosos”.
Fonte: La Reppublica, 5/10/2020 – Ecclesia, 5/10/2020 – IHU, 6/10/2020