A FAMÍLIA NA IGREJA E A IGREJA NA FAMÍLIA
Fulton Sheen afirmou: “A família é responsável pelos fenômenos graves e calamitosos da atualidade”.
Estudos mostram que a delinquência juvenil e outros problemas, em muitos casos, têm a ver com pais também desajustados. Quem trabalha com escolas, constata diariamente esta realidade em conversas com as famílias dos alunos.
Quem começou primeiro? A família ou a igreja?
Nasceram juntas e são interdependentes. Portanto, a igreja deve estar na família bem como a família deve estar na igreja.
A igreja na família
“As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor, Áquila e Priscila com a igreja que está em sua casa” (1Co 16.19).
Segundo um princípio pedagógico, só há um estudo verdadeiramente adequado de uma criança ou de um adolescente difícil, quando este é estudado em função do meio familiar e escolar e, mais precisamente ainda, em função das relações afetivas que o ligam a este meio.
Muitos moços apresentam a causa de sua incredulidade na família. Muitos pastores constatam esta realidade em suas próprias famílias.
A Bíblia dá o devido valor à família, como vemos: o primeiro milagre aconteceu em um casamento (Jo 2.2); os melhores discursos aconteceram em casa de família; o Espírito Santo desceu em uma casa de família (At 10); a igreja começou em uma casa de família.
É pena que este fato é pouco exaltado nos nossos meios. Neste ambiente ocorrem bênçãos e pecados. Num lar com um pai beberrão, à sua chegada os filhos saem pela porta dos fundos.
Quando há pecado, a família sofre, mas, quando existe bênção, a família tem de ser a primeira a saber, como o caso do endemoniado que, curado, queria seguir com Jesus, mas recebeu a ordem de voltar para casa e contar o que havia ocorrido.
Muitos missionários deveriam pregar na própria casa.
Todas as formas de atividade começam na família como o trabalho e a escola. A instabilidade no trabalho pode significar desagregação familiar e o mesmo acontece quando há problemas na escola.
As escolhas na família também têm consequências. O livro de Gênesis, no capítulo 13, relata a separação entre Abraão e Ló. Abraão deu oportunidade de Ló escolher para onde iria: “Levantou Ló os olhos, e viu toda a campina do Jordão e que era bem regada. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão”.
Escolheu em função do rebanho e todos nós conhecemos o que aconteceu com sua família, que foi parar em Sodoma e Gomorra com todos os problemas que advieram.
É de Willian Meninger esta contundente afirmação: “Que adianta um homem ser um gênio em negócios, mas ser um fracasso como pai?”
Muitos pais, ocupados em salvar a coletividade, reduzem suas famílias a farrapos. Filantropos, missionários, pastores e muitos outros se esquecem daqueles que estão mais perto. Não detectaram as verdadeiras prioridades.
A família é o ponto de encontro do Reino de Deus com o reino do mundo.
Como levar a igreja pra casa?
-Ser em casa o que se é na igreja;
-Deixar de fazer na igreja o que pode ser feito em casa,
A família na igreja
Nem todos tem esta felicidade. Marido, esposa e filhos, juntos. Os pastores devem pregar para toda a família, principalmente para as crianças que, muitas vezes, são relegadas a segundo plano, o que é um terrível engano.
Não mande o seu filho à igreja. Vá com ele!
Domingo é o dia da família reunir-se na igreja, pois, durante a semana, a igreja deve estar reunida na família. E, se a família não estiver na igreja, onde estará?
Quais são as vantagens?
Respondo com a declaração de um pai muito rico, durante o funeral de sua filha: “Há um único lugar para se criar uma família: em uma igreja cristã; o único modo de empregar bem o domingo é adorando o Senhor com os filhos no templo. Com o dinheiro, a bebida, o jogo e a farra, eu arruinei a minha família. A gente não sabe qual é o resultado de uma vida tão inútil, senão quando já é tarde demais. Agora, eu sei”.
Rev. Gerson Moraes de Araújo
Ministro jubilado da IPIB e capelão do Hospital Evangélico de Londrina, PR