A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A LIDERANÇA NO TRABALHO
Em tempos de calamidade e caos, os trabalhadores são convocados a exercitar o controle de seus sentimentos e emoções no ambiente de trabalho, seja ele presencial ou virtual.
Vale lembrar que o trabalho é essencial para o ser humano e ocupa grande parte de sua vida. Passamos grande parcela da nossa existência realizando o ofício que escolhemos, na esperança de termos a oportunidade de aproveitar as benesses de tudo aquilo que realizamos profissionalmente no final da vida.
Porém, devido ao fato de passarmos boa parte do nosso tempo no trabalho, somos constantemente expostos a situações que, não poucas vezes, têm o poder de nos levar ao limite, de nos tirar do sério, de nos fazer perder o controle.
Tais situações se agravam quando dizem respeito àquelas pessoas que ocupam uma posição de liderança e que são imbuídas de muita responsabilidade.
Muitas vezes não percebemos o quanto as nossas emoções influenciam no ambiente corporativo, o quanto o controle delas é essencial na obtenção de resultados e para o alcance dos objetivos da organização.
O conceito de Inteligência Emocional remonta aos anos de 1990, e foi proposto pelos pesquisadores Peter Salovey e John Mayer.
Entretanto, foi em 1995, com a publicação do livro “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman, que esse conceito se tornou mundialmente conhecido.
Praticar a Inteligência Emocional (IE) não é apenas “ser agradável”.
É saber gerenciar os sentimentos de forma a expressá-los adequada e efetivamente, de forma que o trabalho conjunto ocorra sem atrito e alcance o objetivo para o qual foi proposto.
Para o líder, saber controlar as emoções no trabalho é de suma importância para o desenvolvimento de seu potencial produtivo, assim como para os seus relacionamentos interpessoais com os colegas e superiores.
Segundo Goleman, “a inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos”.
É importante ressaltar que o profissional que exerce liderança é confrontado com pressões advindas de todos os lados, todos os dias, o dia inteiro. E, com a tomada de decisões a todo momento, isso faz com que se sinta cada vez mais estressado, ansioso, irritado, impaciente, e suscetível a instabilidades nas emoções.
Tais instabilidades emocionais podem ser capazes de prejudicá-lo e de atrapalhar o bom desenvolvimento de suas atividades diárias e a sua própria figura como líder.
Assim, é essencial que aqueles que ocupam cargos de liderança sejam fortalecidos constantemente na sua capacidade de lidar com as próprias emoções e sentimentos, assim como com os sentimentos e atitudes das pessoas ao seu redor, principalmente com a sua equipe de colaboradores que lhe deve subordinação.
Goleman diz que: “O bom gerenciamento das emoções pode evitar conflitos e situações de desequilíbrio que causariam prejuízo aos envolvidos”, e explica que “o ser humano possui duas mentes, a emocional e a racional, uma sente e a outra pensa, e as duas trabalham harmoniosamente na parte do tempo”.
Um líder calmo, que tem conhecimento e controle sobre suas emoções e sentimentos, que sabe gerenciar imprevistos e lidar com mudanças repentinas em seu dia a dia, tem muito mais chance de alcançar os objetivos do que aquele que vive estressado e resolve os conflitos pelos quais passa com impulsividade.
Atualmente, a inteligência emocional não é apenas uma expressão conhecida, mas tornou-se condição indispensável para o planejamento das atividades de liderança, gestão e organização, já que o aprendizado de controle e gerência das emoções facilita o trabalho em equipe, e é motivador no alcance de bons resultados para o profissional e para a organização como um todo.
É a partir disso que se faz necessário estimular o desenvolvimento de atividades para trabalhar a inteligência emocional e aumentar ainda mais a qualidade de vida no trabalho.
Revª. Ildemara Querina Bomfim
Pastora da IPI da Lapa, SP
Administradora Geral da IPIB