Revitalização

REVITALIZAÇÃO: COMO MEDIR A VITALIDADE DA IGREJA?

O século 21 chegou trazendo muitas mudanças. Novos tempos requerem novas estratégias. Por isso, devemos ser novas igrejas para uma nova realidade.

 Os critérios aplicados ao longo do tempo para medir a vitalidade de uma igreja normalmente focam em números: arrecadação e número de membros. Isso está muito entranhado nas conversações pastorais e eclesiásticas. E mesmo o nosso padrão denominacional de estatística põe um peso nesses dois critérios.

 Apesar de importantes, tais critérios não podem definir se uma igreja está ou não viva. Os ‘números’ refletem bem a cosmovisão mecânica que caracterizou a era moderna. O aspecto cultural do século 21 possui uma característica mais orgânica. De modo que hoje o mais apropriado para avaliar a vitalidade de uma igreja local é buscar por sinais de saúde ou enfermidade.

 Kevin G. Ford, sobrinho de Billy Graham, em seu livro Transforming Church (2007, p.6-9) faz menção a uma pesquisa realizada e concluída em agosto de 2004. Foram analisados dados coletados de 15 mil formulários de igrejas de todos os tamanhos, modelos, denominações e regiões do país. As informações coletadas estavam relacionadas à afiliação, frequência ao culto, ofertório e envolvimento dos membros no ministério.

Eles perceberam que os dados se agruparam ao redor de 5 indicadores chaves de igrejas saudáveis. Baseados nestes agrupamentos eles puderam estabelecer uma norma para cada indicador chave. A partir da norma eles avaliaram dois tipos de igrejas, ou seja, Igrejas Saudáveis e Igrejas Não Saudáveis. Muitos resultados foram o que eles já esperavam, mas houve algo que os surpreendeu.

 Por um lado, havia algumas igrejas muito grandes e de rápido crescimento que apareceram na lista de igrejas não tão saudáveis. Igrejas saudáveis normalmente são igrejas crescentes, mas igrejas em crescimento nem sempre são igrejas saudáveis. De modo que amaior surpresa deles foi a de que entre igrejas saudáveis, 93% dos membros consideraram-se a si mesmos envolvidos em alguma forma de ministério, dentro ou fora da igreja local; comparado com somente 11% dos membros nas igrejas menos saudáveis.

O quadro estava se tornando claro. Uma igreja saudável, mais do que ser uma igreja que cresce, o indicador principal era a habilidade da igreja de transformar seus membros, cumprir sua missão e reinventar-se como igreja.

Continuando a analisar os dados eles perceberam alguns padrões sendo organizados. Concluíram que os 5 indicadores chaves de uma igreja saudável tinham um ‘problema’ subjacente em uma extremidade de sua dimensão e uma ‘solução’ na outra extremidade. Esses indicadores chaves são:

1º – Como os membros da igreja se relacionam uns com os outros. Em igrejas enfermas as pessoas agem individualmente, enquanto nas igrejas saudáveis elas se relacionam como uma comunidade. Nós chamamos isso de consumismo versus comunidade.

2º –O ‘código genético’ da igreja. Em igrejas não-saudáveis falta uma identidade clara, enquanto que em igrejas saudáveis há um senso claro de seu DNA e passos são tomados para alinhar seus ministérios e cultura interna com este código. Nós nos referimos a isso como incongruência versus código.

3º – A liderança da igreja. Igrejas enfermas são excessivamente autocráticas ou burocráticas, enquanto igrejas saudáveis veem a liderança como uma função compartilhada e como um ministério. O termo que usamos é autocracia versus liderança compartilhada.

4º – Como a igreja se relaciona com a comunidade ao seu redor. Igrejas enfermas se desconectam do mundo ao seu redor, enquanto igrejas saudáveis são focadas em sua missão e orientadas para fora e a partir do seu próprio local onde está. Nós chamamos isso de ensimesmada versus missional.

5º – Como os membros da igreja pensam acerca do futuro. Igrejas enfermas resistem as mudanças e temem ou negam o futuro, enquanto igrejas saudáveis abraçam a mudança, mesmo quando ela é dolorosa. O termo para isso é inércia versus reinvenção.

Aqueles em posição de liderança em todas as instâncias deveriam estar atentos aos sinais de saúde ou enfermidade de nossa denominação e igrejas locais.

O caminho da saúde eclesiástica passa indubitavelmente pela mobilização dos membros de nossas igrejas, conforme já ensinado pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.15 -16 “Pelo contrário, falando a verdade com espírito de amor, cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo, que é a cabeça. É ele quem faz com que o corpo todo fique bem ajustado e todas as partes fiquem ligadas entre si por meio da união de todas elas. E, assim, cada parte funciona bem, e o corpo todo cresce e se desenvolve por meio do amor.”

Rev. Mário Sérgio Góis
Secretário Pastoral da IPI do Brasil
sec.pastoral@ipib.org

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